Os 11 Melhores Livros de Jorge Amado

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Jorge Amado é um dos mais aclamados e prolixos escritores brasileiros e sua obra merece um destaque especial, seja pelo tamanho, seja pela qualidade. Como seria complicado falar de toda a sua obra literária, escolhemos fazer um apanhado dos melhores livros de Jorge Amado para que você conheça o essencial deste autor.

Com livros traduzidos e publicados no mundo todo o autor é super reconhecido tanto no Brasil quanto no exterior. Só para ter uma ideia, suas histórias fascinantes já chegaram em mais de 80 países e foram traduzidas para cerca de 50 idiomas diferentes. Além disso, o autor vendeu milhões de cópias, tornando-se um fenômeno mundial.

Considerando tudo isso, queremos que conheça quais as obras literárias mais importantes do escritor baiano. Vamos lá!

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Quais são os melhores livros de Jorge Amado?

Jorge Amado criou um verdadeiro universo próprio em suas obras. Retratando e denunciando muitas vezes situações cotidianas que mereciam mais atenção, Amado mostrou as várias faces da população brasileira e, em especial, a cultura baiana.

Vamos conhecer mais detalhes acerca dos melhores livros de Jorge Amado? Se sim, continue a leitura e veja um pequeno resumo de cada um deles. Boa leitura!

1. Capitães de areia

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Capitães da areia é o mais famoso livro de Jorge Amado e o que mais vendeu em todos os tempos. Lançado em 1937, o livro já vendeu mais de cinco milhões de cópias.

“Capitães de areia” causou grande impacto desde seu lançamento e, durante o estado novo de Getúlio Vargas, o livro foi queimado em praça pública.

Marcado principalmente pelo autoritarismo, o estado novo mantinha uma censura rígida sobre todos os meios de comunicação.

Em “Capitães de areia”, o autor fala de um grupo de meninos de rua, menores de idade, que viviam em um trapiche abandonado junto ao porto de Salvador, Bahia.

É evidente que cada um deles, como seres humanos, têm suas ambições e carências. Jorge Amado as expõem cruamente neste romance. O grupo vivia pelas ruas da capital baiana, roubando para a própria sobrevivência.

“Capitães de areia” foi o apelido que o grupo recebeu no local onde viviam.

 2. A morte e a morte de Quincas Berro D’Água

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É o segundo livro mais vendido de Jorge Amado e conta a história de Joaquim Soares da Cunha, funcionário público que decide abandonar sua vida regrada, sua família e emprego e se dedicar à boemia.

Esta, segundo o que se deduz do livro, foi a primeira morte de Quincas Berro D’Água. Neste caso, morreu socialmente. Mas a morte não ficou por aí. Morreu, de verdade, aos sessenta anos e foi encontrado no quarto imundo em que vivia. Sua segunda morte. Os parentes, envergonhados com o que acontecera, decidem dar-lhe um enterro decente e o tiram de lá, o lavam e o vestem para o velório que preparam para ele.

Seus companheiros de bebedeira ficam sabendo da morte de Quincas Berro D’Água e decidem ir ao funeral, sequestram o morto, saem passeando com ele pela cidade e o colocam em um barco. Saem com ele a passear pelo mar e o defunto cai dentro d’água. Esta foi sua terceira morte.

Quincas Berro D’Água recebeu este apelido peculiar desde o dia em que estava no boteco do Lopez e, com um copo na mão, virou de vez aquilo que parecia cachaça. Surpreso com o que acabara de engolir, deu um grito que foi ouvido à distância, berrando: é água!

Deste episódio em diante, ficou conhecido como Quincas Berro D’Água.

Joaquim Soares morreu três vezes.

3. Gabriela cravo e canela

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Ilhéus, Bahia. A cidade prosperava a olhos vistos e a cada dia procurava a modernização. O ano era 1920 e o cacau a principal mercadoria de exportação, tornando os fazendeiros cada dia mais ricos e, nesta carona, os comerciantes locais. Nacib, um comerciante sírio, estava dentro desta onda de prosperidade.

Neste cenário surge Gabriela, uma linda mulata por quem Nacib se apaixona.

O que acontece é que assim como Nacib, muitos homens de Ilhéus também têm seus corações partidos por aquela que ficou conhecida como Gabriela cravo e canela.

O lançamento deste livro marca uma mudança no estilo de escrita de Jorge Amado que até então publicava apenas livros com críticas sociais. Com “Gabriela cravo e canela”, Jorge Amado nos mostra um novo estilo, agora voltado para a crítica aos costumes com personagens da Bahia de então.

Gabriela é uma retirante que vem para a cidade em busca de uma vida melhor. Busca emprego de cozinheira e vai se empregar na casa de Nacib que a acolhe e, com o passar do tempo, a terá como sua mulher.

“Gabriela cravo e canela” mostra a transformação pela qual passava a vida cultural e social da Bahia. Com lances de amor, ciúme e em meio a outros enredos, “Gabriela cravo e canela” tem um final feliz com o casamento de Nacib com Gabriela.

O romance ganhou adaptações para o cinema e para a televisão sendo, em forma de novela, exportado para vários países do mundo.

4. Tieta do Agreste

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Tieta morava em Santana do Agreste, interior baiano, e era uma pastora de cabras. Gostava de namorar e namorava muito, sem limites, homens de todos os tipos. Seu pai fica sabendo de suas aventuras pela de sua irmã e a surra violentamente, expulsando-a de casa.

Tieta do Agreste desaparece de Santana do Agreste, voltando para a cidade depois de vinte e cinco anos, já como uma mulher madura que supostamente teve muito sucesso ao se casar com um rico industrial em São Paulo.

Rica, Tieta do Agreste agora ajuda a todos em sua cidade e, entre outros benefícios, influente que é na política, leva eletricidade ao município.

Para os amigos e parentes, Tieta do Agreste enriqueceu ao se casar com um rico comendador, mas, aos poucos o autor vai nos deixando saber que na verdade Tieta se prostituía na cidade grande e, com o passar do tempo, tornou-se uma famosa cafetina, razão pela qual tinha bom trânsito entre os políticos e pessoas influentes.

“Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, é um romance que ganhou adaptações para o cinema e televisão em novela adaptada por Aguinaldo Silva e sempre esteve na lista dos livros mais vendidos de Jorge Amado.

5. Dona Flor e seus dois maridos

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Flor e Vadinho se conheceram em uma festa chique onde ele entrou de penetra com a ajuda de um tio.

A mãe de Flor, dona Rozilda, sempre quis que suas filhas se casassem com homens ricos, mas Flor foi contra este princípio e casou-se com Vadinho.

Malandro, mulherengo, safado, jogador, beberrão, espertalhão, malicioso, desbocado, boêmio, mas bom de cama.

Dos romances de Jorge Amado, “Dona Flor e seus dois maridos” é um dos mais conhecidos. Foi levado ao cinema por duas vezes, em épocas diferentes, e os dois filmes foram um grande sucesso tanto de crítica como de público.

O livro se inicia com a morte de Vadinho, de repente, em pleno domingo de carnaval, quando se divertia com seus amigos de farra, pulando pelas ruas de Salvador, fantasiado de baiana.

Viúva, Dona Flor se dedica a ensinar culinária em escola de sua propriedade.

Sente falta de Vadinho e, neste período de viuvez, passa a ser assediada por Teodoro, um solteirão que ficou nesta condição por se dedicar à mãe paralítica que morrera recentemente. Dona Flor aceita a corte e, após um namoro extremamente respeitoso, os dois se casam.

Teodoro não é o que se pode chamar exatamente de um atleta na cama e deixa Dona Flor cada vez com mais saudades do fogoso Vadinho.

Em compensação, Dona Flor passa a ter com seu novo marido o que nunca tinha tido antes com Vadinho. Teodoro agora lhe proporciona paz, tranquilidade emocional e financeira. Só que Vadinho começa a aparecer para Dona Flor em várias ocasiões.

Só ela o vê. Ele tanto a perturba que Flor vai em busca de soluções alternativas para resolver o problema. Busca o candomblé e pede que afastem Vadinho para que possa ter tranquilidade com seu novo marido. Quase consegue, mas percebe que não era aquilo que queria.

Ao final, Flor percebe que com seus dois maridos poderia ter tudo que sempre quis: o amor de Vadinho, selvagem e quente, e a segurança de Teodoro, com sua educação, gentileza e cavalheirismo. Então, acaba ficando com ambos.

6. Jubiabá

livro jubiaba

É o nome de um pai de santo, que o autor nos apresenta neste livro e que vivia no Morro do Capa Negro, lugar onde nasceu Antônio Balduíno, que ali passou parte de sua infância e adolescência.

A história conta que o morro do capa negro abrigou Jubiabá, este ex-escravo, feiticeiro e referência espiritual para toda a comunidade.

Antônio Balduíno fica só no mundo depois que sua tia de criação enlouquece. Nesta situação, ele é entregue aos cuidados do comendador Pereira e passa a viver confortavelmente em sua casa, na companhia de Lindinalva, linda menina por quem nutre um amor impossível.

Depois de uma acusação de cunho sexual, pois estaria espreitando a menina nua, Antônio Balduíno foge de casa e neste instante suas aventuras começam.

O personagem principal deste romance de Jorge Amado foi mendigo nas ruas de Salvador, passou a compor letras de samba para vender, trabalhou no interior da Bahia, em plantações de fumo, foi boxeador, de codinome Baldo, o negro, foi estivador e, a pedido de Lindinalva, liderou uma greve portuária.

Mais um dos livros da lista do autor adaptado para o cinema, rádio, televisão e histórias em quadrinhos. Sucesso de vendas no Brasil e no exterior, Jubiabá lançou o nome de Jorge Amado no exterior, como escritor.

7. Tenda dos milagres

livro tenda dos milagres

A tenda dos milagres é uma pequena tipografia localizada na ladeira do Taboão, cujo proprietário é Lídio Corró.

A ladeira do Taboão existe até os dias de hoje e liga o comércio com o Pelourinho, constituindo-se de uma extensa passagem de caráter abandonado e degradado que busca uma revitalização, sem sucesso.

Na tenda dos milagres, Lídio Corró pintava quadros retratando os milagres dos santos enquanto que Pedro Archanjo atuava como um intelectual que ficava por ali, assessorando com sua cultura os afrodescendentes da região.

Pedro Archanjo era um autodidata. O personagem, aqui neste romance, defendia a cultura africana com muito entusiasmo e pregava a miscigenação, o que causava indignação no meio da cultura da elite branca e racista, predominante no Brasil e, principalmente, na cidade de Salvador, cuja população é predominantemente negra.

A tipografia “tenda dos milagres” serve de ponto de encontro entre os praticantes do candomblé e a capoeira de Angola.

O curioso deste romance é que o escritor nomeia vários de seus personagens com nomes de pessoas reais. O próprio Pedro Archanjo teria sido inspirado em um negro chamado Manuel Querino, que escrevia sobre antropologia, sendo um dos mais importantes que trata sobre a genealogia da elite branca de Salvador.

Mais um dos livros de Jorge Amado que serviu de base para adaptações para o teatro, cinema e televisão.

8. O país do carnaval

livro o pais do carnaval

Trata-se do livro de estreia de Jorge Amado. Seu primeiro romance, lançado em 1931, quando o autor tinha apenas 18 anos.

O romance conta a história de Paulo Rigger, um jovem filho de um rico fazendeiro de cacau, que volta da Europa, onde esteve estudando Direito por sete anos em Paris.

Paulo Rigger desembarca em primeiro lugar no Rio de Janeiro e passa alguns dias por lá, seguindo posteriormente para Salvador.

Formado em uma cultura totalmente diferente da brasileira, Paulo Rigger não vê mais sentido no que acontece no Brasil, no período de carnaval.

De volta a Salvador, Paulo Rigger juntou-se a intelectuais locais e iniciou várias discussões  sobre assuntos diversos, mas o grupo não era bastante consistente para produzir ações de grande peso para a cultura nacional.

Descontente com o que encontrou no Brasil, considerando que a festa popular de carnaval só contribui para manter o povo alienado, e não conseguindo se adaptar ao que por aqui teria que viver, Rigger decide deixar Salvador e voltar para a Europa.

Na época de seu lançamento, o livro foi considerado de conteúdo subversivo pelo regime governante dos brasileiros na época, o Estado Novo, e Jorge Amado sofreu ao ver sua primeira obra, aquela que foi considerada sua obra de estreia no mundo literário, ser queimada em praça pública.

9. Mar morto

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Leitura envolvente desde a primeira página, “Mar morto” é um romance que conta a história de dois estranhos ao lugar, o cais de Salvador, o médico Rodrigo e a professora Dulce, que tentam despertar a consciência política do povo do Cais do Porto.

Publicado em 1936 quando Jorge Amado tinha somente 24 anos, “Mar morto” fala da relação com o mar entre os personagens Guma, sua mulher Lívia e o filho do casal, os protagonistas da história. Muito citado durante toda a obra, entidades do candomblé também têm seu destaque.

Há, em “Mar morto”, uma mitologia em torno de Iemanjá, entidade considerada a rainha do mar por muitos brasileiros e por quem todos os pescadores nutrem imenso respeito, pois acreditam que um dia serão levados por ela para não voltar mais a seus lares.

Certamente, durante o período em que foi escrito, “Mar morto” contemplava um cais de Salvador como um local extremamente movimentado, onde as coisas, boas ou ruins, aconteciam. Os personagens se alternam, dando ao lugar um encanto todo especial.

Adaptações foram feitas para uma novela por Aguinaldo Silva e “Mar morto” teve o nome de Porto dos Milagres em sua versão para a televisão.

10. Tereza Batista cansada de guerra

livro tereza batista cansada de guerra

Esta obra de Jorge Amado conta as histórias de Tereza Batista, uma órfã de pai e mãe, que é criada pela tia, dona Filipa, que, inescrupulosa que é, vende a sobrinha para um tal de Capitão Justo.

O homem a estupra e faz dela sua escrava sexual. Tereza conhece um estudante bastante jovem e começa a ter um caso com ele. O Capitão descobre a relação entre eles e a espanca violentamente. Quando está se voltando para castigar o rapaz, Tereza lhe dá uma facada nas costas, causando-lhe a morte.

O escritor nos apresenta que Tereza Batista é presa, mas tem assistência de um advogado que a tira da cadeia e dá abrigo a ela. Segue-se um período de tranquilidade para Tereza. No entanto, este advogado morre e Tereza fica desamparada.

Ela vai para Salvador, se prostitui e canta em um cabaré. Conhece um pescador por quem se apaixona e tem um breve romance. Não vê mais o pescador e conhece outro homem com quem decide se casar, mas o pescador volta.

11. O sumiço da santa

livro o sumico da santa

Tudo estava pronto para o grande festival de arte sacra que deveria começar logo. Para o evento, Salvador deveria receber uma imagem de Santa Bárbara que de fato chegou à cidade, mas assim que desembarcou, a imagem da santa desapareceu.

Sem informações sobre o paradeiro da imagem, Salvador ficou em choque. Todas as autoridades ficaram de prontidão, buscando qualquer tipo de notícia qualquer relação com meliantes que pudesse levar ao paradeiro da preciosidade desaparecida.

A coisa fica pior quando se sabe que uma equipe de uma televisão francesa acaba de chegar para fazer uma reportagem sobre a cultura baiana.

Mestiçagem cultural, o livro é classificado pelo próprio autor como um livro de história de feitiçaria, podendo figurar junto com “Os pastores da noite” e “Tenda dos milagres” entre os melhores do gênero.

Em sua carreira, Jorge Amado escreveu um livro especial para crianças, em homenagem a seu filho que completava um ano na época. João Jorge, o filho Zélia Gattai, a esposa e Jorge Amado viviam em Paris na época e ali foi escrito o livro infanto juvenil “O gato malhado e a andorinha sinhá”.

O livro mostra a necessidade que, para viver bem, as pessoas terão que se despir de todo tipo de preconceito, não olhar para as palavras, mas para as ideias, para que se possa cada vez mais buscar a igualdade.

Quem foi Jorge Amado?

Jorge Leal Amado de Faria, o nosso querido Jorge Amado, baiano nascido em Itabuna em 10 de agosto de 1912, vindo a falecer em Salvador, capital do estado da Bahia, em 06 de agosto de 2001, prestes a completar 89 anos de vida, foi um dos grandes expoentes da literatura nacional.

Na época de sua morte, Jorge Amado tinha 45 livros publicados.

Dos escritores do Brasil, Jorge Amado foi um dos mais traduzidos em todos os tempos. Mas a fama não para por aí. Jorge Amado também foi o escritor que mais obras teve adaptadas para o cinema, teatro e televisão.

As novelas baseadas em seus livros fizeram a diversão de milhões de pessoas no Brasil e no mundo e, por ser de livre acesso, sem que se tivesse que pagar nada, a televisão o popularizou.

Publicou livros que falavam da época do ciclo do cacau na Bahia, mais visível nas cidades de Ilhéus e Itabuna. Livros que falam de fanatismo religioso, das dificuldades pelas quais o nordestino passava em virtude das secas no sertão, além de obras que criticavam a sociedade pelo abandono aos mais desfavorecidos.