Ao tentarmos imaginar quais são os melhores livros de Machado de Assis, sem dúvidas, diversos clássicos passam pela nossa cabeça. De Dom Casmurro a Quincas Borba, não faltam histórias incríveis de um dos maiores autores da nossa literatura.
Em vários anos de escritos históricos, o autor que é considerado um dos melhores de nosso país publicou uma série de histórias fascinantes e cheias de criatividade que merecem a atenção.
Mesmo que seja muito lida por conta da presença em vestibulares e provas de seleção, a obra machadiana também merece ser lida pela qualidade e como uma representação irônica e certeira da sociedade em que o autor estava inserido.
Para facilitar o começo pela literatura deste importante autor, reunimos, a seguir, os 22 melhores livros de Machado de Assis. Boa leitura!
Vamos ver um pouco mais sobre os melhores livros de Machado de Assis?
Os melhore livros de Machado de Assis passam pelas diferentes fases do autor. A primeira fase, mais próxima do romantismo e a segunda fase, que tem o realismo como pano de fundo, estão presentes aqui para que você fique por dentro de toda a sua obra artística.
Confira detalhes, abaixo, um breve resumo sobre cada obra selecionada.
1. Helena
Helena guardava um segredo que será, ao final do romance, revelado, e se tornará uma surpresa para os leitores.
Sob o olhar observador de Machado de Assis sobre a sociedade em que vivia, Helena representa todo o drama pelo qual passavam as mulheres no século XIX.
Machado de Assis também aborda outros temas, causadores de polêmicas até os dias atuais, entre eles, a ascensão social.
2. Dom Casmurro
No Brasil de ontem e de hoje, por ser um país eminentemente cristão, vamos encontrar milhares de pessoas que já pagaram, estão pagando ou pagarão promessas que outras pessoas fizeram em seu nome, muitas vezes ainda antes de nascer.
Bento Santiago, Bentinho, o protagonista, era um prometido.
Bento Santiago seria um padre e ninguém deveria contestar isso, mas as pessoas não poderiam contar com o inesperado. O rapaz não queria enfrentar um seminário, não tinha vocação e não queria ser padre, nunca.
O que Dom Casmurro queria mesmo era o amor de Capitu.
Com altas doses de ironia, marca registrada de Machado de Assis, o romance se desenrola apresentando em seu enredo as críticas à sociedade da época, mas muito atuais ainda nos dias de hoje.
Dom Casmurro, uma obra-prima, é considerado um dos melhores livros de Machado de Assis.
Leia o resumo de “Dom Casmurro” clicando aqui.
3. Memórias póstumas de Brás Cubas
Memórias póstumas de Brás Cubas começa com ele morto. Morreu de pneumonia, justo ele que se dedicava a criar um remédio que iria curar todos os males, e a partir de agora começará a escrever suas memórias.
Um morto, o protagonista, que manda seus recados cheios de críticas à sociedade.
O romance, com as melhores características do realismo, mostra um Brás Cubas que nunca assumiu de fato sua condição, que nunca quis para si responsabilidades inerentes a qualquer ser humano, que nunca se casou, aguardando uma melhor oportunidade para juntar o sacramento com a política.
Esta obra foi considerado um dos melhores livros de Machado de Assis.
4. O alienista
Segundo Machado de Assis, o Doutor Simão Bacamarte, o alienista, é um respeitável médico psiquiatra encarregado de examinar e diagnosticar o grau de sanidade das pessoas. É esse profissional quem deverá dizer quem é louco e quem é são.
Eram chamados desta forma pois acreditava- se que estar louco significava estar alienado do mundo, portanto essa seria a melhor forma para um tratamento pessoal.
Bacamarte tornou-se respeitável tanto no Brasil como no exterior, onde passou longa temporada e, depois de voltar para sua cidade natal, Itaguaí, decide criar um manicômio que foi denominado “casa verde”.
Na trama, o obcecado pelo tema psiquiátrico, todo tipo de comportamento que as pessoas tinham poderia ser considerado pelo médico como sendo sinal de loucura e, consequentemente, tendo a possibilidade de ser internado por ele na “casa verde”.
Clique aqui para ler o resumo de “O alienista”.
5. Quincas Borba
O romance de Machado de Assis, que a princípio se configurou como um folhetim publicado em uma revista de nome a estação, é mais uma narrativa que critica as relações sociais.
Rubião, o provinciano com cultura, mas ingênuo, demorou a perceber que seus amigos estavam a seu lado, na corte, no Rio de Janeiro, apenas devido ao dinheiro que agora tem pela herança que herdou.
Livro que marca o início da fase realista do autor, Quincas Borba é um dos três grandes romances publicados na época.
Em uma das edições, John Gledson, que é o tradutor do romance Dom Casmurro para o inglês, fez uma longa e interessante introdução à narrativa.
6. Esaú e Jacó
Pedro e Paulo, irmãos gêmeos, se tratam como oponentes durante todo o tempo, desde crianças. Agora, em suas vidas adultas, disputam o amor de Flora Batista.
O romance de Machado de Assis foi lançado em 1904 e tem sua ambientação no Rio de Janeiro. É narrado na terceira pessoa pelo conselheiro Aires, que na verdade é o alter ego de Machado de Assis.
Devido ao período e local, final do Império, no Rio de Janeiro, o leitor vai encontrar várias referências históricas como a abolição, a proclamação da república, revoltas contra o governo de Floriano Peixoto, além de passagens bíblicas e personagens de outros autores internacionais.
7. A mão e a luva
“A mão e a luva” foi o segundo romance escrito por Machado de Assis, tendo sido publicado pela primeira vez em 1874.
Ter uma mão em que sirva uma luva ou ter uma luva que cobre perfeitamente uma mão. Qual seria o simbolismo disso?
No caso deste romance de Machado de Assis, quer se apresentar como um eventual casamento perfeito entre Luís Alves e Guiomar.
Guiomar é uma órfã, que se encontra sob a guarda de uma Baronesa, que tem a inglesa Mrs. Oswald como sua dama de companhia.
Guiomar tem maturidade suficiente para saber o que realmente deseja que é o acesso às altas classes sociais e, para isso, terá que fazer uma escolha para se casar, elegendo um dos três pretendentes que a cortejam: Estevão, Jorge ou Luís Alves.
8. Bons dias
“Bons dias” são crônicas que traziam assuntos relevantes para a época e que eram apresentadas de forma sagaz e irreverente, com alta dose de humor.
Machado de Assis escreveu sob vários pseudônimos, em várias ocasiões.
“Bons dias” foi escrito sob esta forma. Isto fez com que a obra não fosse atribuída a ele até 1950.
São crônicas com opiniões políticas do autor. Entre 1888 e 1889, os acontecimentos mais importantes de nossa história sendo vividos naquele momento, foram assunto de suas crônicas em “Bons dias”.
Eram os anos da abolição dos escravos e o fim do Império, com a proclamação da república.
Machado de Assis tinha também outros assuntos que lhe interessavam como o espiritismo, os neologismos e a medicina popular.
9. Casa velha
Publicado originalmente em forma de folhetim na revista A Estação, entre janeiro de 1885 até fevereiro de 1886, foi editado e publicado como livro em 1943.
Considerado como sendo da fase realista de Machado de Assis, a crítica supõe que o autor tenha se aproveitado de material que teria sido escrito para romances da fase romântica dos livros de Machado.
“Casa velha” conta a história de um cônego que estava empenhado em escrever um livro sobre o primeiro Império e, ao saber de uma casa onde supostamente teria morado um ministro desta época, vai até lá.
Com o objetivo de pesquisar em papéis avulsos que ali poderiam ser encontrados em meio às relíquias da casa velha, faz amizade com a família para conseguir permissão de iniciar suas pesquisas.
Há um romance secreto, um caso de amor, entre os moradores da casa, o qual o cônego descobre e, devido a esse romance, outros casos também são descobertos e tramas entre os personagens são entrelaçadas.
10. Iaiá Garcia
Das obras de Machado de Assis, esta é a quarta das nove de sua fase do romantismo, sendo considerada pelos críticos a melhor obra desta fase.
O livro conta a história da protagonista Estela, uma linda mulher de comportamento extremamente ético que vai encontrar pela frente uma das maiores vilãs de todos os livros de Machado de Assis, Valéria Gomes.
Estela é dama de companhia de Valéria, que tem um filho de nome Jorge, por quem Estela se apaixona. É claro que isso não ficaria assim e Valéria, ao saber do amor entre os dois, faz de tudo para afastar o casal.
Reviravoltas não faltam neste romance de leitura apaixonante. Personagens, sentimentos, orgulho e amor mostram-se de maneira a fazer o leitor compreender o quanto essas emoções nos fazem viver intensamente a trama.
11. Contos sobre o amor e suas variações, de Machado de Assis e Hélio Guimarães
Os autores conseguiram juntar 15 contos de Machado de Assis em seu tema mais relevante: o amor.
Hélio Guimarães, especialista em Machado de Assis e professor da USP, Universidade de São Paulo, compilou e publicou as várias histórias em um único livro.
12. Ressurreição
Este é o romance de estreia de Machado de Assis, publicado em 1872.
É aqui que o autor começa a traçar o perfil de suas personagens, em sua fase romântica, mas de maneira bastante contida.
“Ressurreição” foge dos padrões dos livros de romances da época e não apresenta uma história em formato de folhetim, onde há um grande enredo com reviravoltas, casos impossíveis para culminar com um final feliz.
Machado de Assis demonstrou, desde o início, seu estilo peculiar, fazendo suas críticas sociais e estudando o comportamento e o psicológico dos personagens em seus livros.
Este livro conta a história do personagem Félix, um médico que demonstra seu ciúme e instabilidade emocional a todo tempo. Félix diverte-se muito e troca de amante a cada seis meses. Ao romper com sua última companheira, é apresentado a Lívia por seu irmão, Viana.
Uma amizade começa, logo se torna um namoro e, apaixonado, Félix pede Lívia em casamento. Tudo vai bem até que, às vésperas do enlace, Félix desiste de se casar por ter recebido uma carta anônima com calúnias sobre Lívia que afinal se configuraram falsas.
Passa um tempo e Félix, influenciado por amigos, tenta a reconciliação com Lívia, mas desta vez quem não quer mais se casar é ela.
13. Papéis avulsos
Em “Papéis avulsos”, vamos encontrar um Machado de Assis com a capacidade indescritível para a criação de contos. Sempre com sua perspicácia para observar e relatar os costumes e as condições humanas da época.
Carregado de humor e de sutilezas, “Papéis avulsos” foi o terceiro livro de contos publicado por Machado de Assis, sendo considerado um dos melhores de sua carreira, obra que foi sucesso de crítica e de público na literatura brasileira.
14. Memorial de Aires
Este foi o último livro escrito pelo romancista Machado de Assis.
O conselheiro Aires já foi citado várias vezes nas obras, como sendo o alter ego de Machado de Assis.
Nesta obra, com as memórias registradas como se fosse um diário, há relatos dos anos de 1888 e 1889, período em que dois acontecimentos importantes aconteceram entre os brasileiros, que foram a abolição dos escravos e a proclamação da república.
“Memorial de Aires” aparenta ser um livro autobiográfico, o que Machado de Assis negou.
Há vários temas de conteúdo polêmico citados na obra, tais como a abordagem sobre a morte, os péssimos aspectos da solidão na velhice e, como não poderia faltar, as observações críticas de Machado de Assis sobre a sociedade na época em que ele vivia, bem como observações sobre o comportamento humano.
Não há dúvida de quanto foi grande e importante a contribuição de Machado de Assis com suas obras, seus contos, para a literatura brasileira e os benefícios para o leitor.
15. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis, de Roberto Schwarz
O autor inicia sua obra desde a análise do conteúdo do livro de Machado de Assis, “Memórias póstumas de Brás Cubas”.
Roberto Schwarz analisa de forma magistral e contundente a obra e mostra de forma clara como o conteúdo recorrente nas obras que trata das relações de classe mantém o autor em alta.
16. O jornal e o livro
Crônicas e críticas também fizeram parte da vida de Machado de Assis, nosso mais famoso escritor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras.
Como cronista, o autor sempre foi grande observador dos assuntos ligados à cultura de sua época. Como crítico, opiniões honestas e contundentes. Rigoroso em suas análises.
Este livro foi editado pela Companhia das Letras.
17. 50 contos de Machado de Assis, reunidos por John Gledson
Vamos encontrar os contos que mais nos dão prazer em ler.
São situações inusitadas que acontecem em cada uma das narrativas apresentadas neste livro, em um mundo de fino humor, críticas à sociedade, onde várias histórias nos incitam a ler cada vez mais.
Este livro também foi editado pela Companhia das Letras.
18. Box todos os romances e contos consagrados, exclusivo Amazon
O primeiro livro do box apresenta os quatro primeiros romances do autor, romances estes os quais passaram a ser conhecidos como sendo da fase romântica do escritor: “Ressurreição”, “Helena”, “A mão e a luva” e “Iaiá Garcia”.
No segundo livro, vamos encontrar as obras consideradas como obras-primas do escritor, que o colocam como aquele que introduziu o realismo na literatura brasileira, que são “Memórias póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba” e “A história de Dom Casmurro”.
No terceiro volume, encontraremos as últimas obras escritas pelo autor, ocasião também em que aparece o chamado conselheiro Aires, famoso por ser o alter ego de Machado de Assis.
19. Box todos os contos de Machado de Assis
Contos e novelas poderão ser encontrados neste box. Muitas das obras aqui editadas, saíram antes nos jornais para os quais o autor escreveu, e do jornal para o livro.
Passado o tempo, com uma rigorosa seleção do próprio autor, foram compiladas em sua ordem de publicação e apresentadas neste box.
No livro um, vão aparecer os títulos “Contos fluminenses”, “Histórias da meia noite” e “Papéis avulsos”.
No volume dois, encontraremos “Histórias sem data”, “Várias histórias”, “Páginas recolhidas” e o texto “Relíquias da casa velha”.
Conto menores, ainda que tenham sido publicados sob um pseudônimo, foram colocados no volume 3.
20. Contos de Machado de Assis
Este livro traz, para a alegria de seus leitores, uma seleção de contos inesquecíveis, daqueles que lemos sempre mais de uma vez e que ficam gravados em nossa memória.
“O espelho”, “Missa do galo” e “A cartomante” fazem parte desta importante seleção.
Com sua sagacidade e perspicácia, o autor cria personagens com os quais nos identificamos todos os dias e isso parece que não é apenas uma coincidência.
O autor dizia que gostava de buscar nos mínimos detalhes, ir até onde ninguém havia ido.
Machado de Assis faz parte de nossa literatura e, entre os melhores escritores, nós o temos na mais alta consideração.
21. Crônicas escolhidas
Escrevendo no anonimato que os pseudônimos podem proporcionar, o autor de Dom Casmurro ganhou também muito dinheiro como cronista para os principais jornais.
Este lugar conquistado na história poucos conhecem e, por consequência, pouco exploram.
Observador que sempre foi da vida cotidiana da então capital do país, usava de sua grande perspicácia e fino senso de humor para a crítica em artigos extremamente bem elaborados.
Como cronista, cobriu e escreveu sobre assuntos relevantes e muito importantes para a história do Brasil que estava sendo escrita à época. Assuntos como a abolição da escravatura, a Guerra de Canudos e a mudança radical na forma de governo, por exemplo, foram testemunhados e escritos pelo autor.
22. A igreja do diabo
Um conto para mostrar a contradição humana. A história conta que o diabo, em determinada ocasião, decide vir à Terra para fundar sua própria igreja.
Claro que, segundo sua filosofia – que aliás é até muito conhecida por determinadas pessoas -, o importante seria que todos proporcionassem prazer.
Seriam prazeres de todos os tipos, não importando de que forma, mas aparentemente o plano começou a dar errado.
Os fiéis começaram a desobedecer.
Por incrível que possa parecer, de repente, todos os fiéis ao diabo passaram a não mais obedecer e, de repente, começaram a oferecer esmolas aos mais necessitados.
Sobre Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no morro do Livramento, em 21 de junho de 1839 – e faleceu vítima de câncer na mesma cidade em 29 de setembro de 1908.
Eclético, com a capacidade de escrever em todos os gêneros literários, escreveu poemas, romances, dramas, crônicas, publicou em jornal e foi crítico literário. Seus estudos foram em escolas públicas e jamais frequentou uma universidade.
Mestiço, filho de um descendente de negros alforriados e de uma lavadeira portuguesa, para compensar qualquer diferença de raça ou de cor, procurou subir socialmente através da cultura que poderia adquirir na então capital do país.
Em sua vida, assumiu os Ministérios da agricultura, do comércio e de obras públicas. Teve grande notoriedade nos jornais onde escreveu e publicou suas crônicas, assim como suas críticas.
Como poucos, vivenciou importantes acontecimentos da história brasileira, como a libertação dos escravos e uma profunda mudança política.
Pelo conhecimento e pelas amizades que cativou, criou e foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.
Machado de Assis produziu mais de seiscentas crônicas, cinco coletâneas de poemas e sonetos, 10 peças para o teatro, duzentos contos e dez romances em livros.
Desde a publicação da obra “Memórias póstumas de Brás Cubas”, passou a ser considerado pela crítica como o introdutor da literatura do realismo no Brasil.