Seja você alguém curioso que busca descobrir o mundo, um estudante iniciando sua jornada ou mesmo um experiente acadêmico, conhecer os melhores livros de filosofia já publicados pode ser essencial para sua jornada!
Produzir esta lista não é tarefa fácil. Afinal, como a mãe de todas as ciências, a filosofia nos acompanha desde que ele passou a observar e tentar compreender os seus arredores.
Mas nos propomos a encarar esse desafio. E aqui está, uma seleção do que de mais importante foi feito na filosofia!
Livros repletos de ideias revolucionárias e questionamentos que alimentarão seu pensamento por semanas e o farão refletir sobre a própria condição humana.
Saiba mais sobre os melhores livros selecionados
De Platão e Aristóteles, passando por Arthur Schopenhauer, Friedrich Nietzsche e indo até Simone de Beauvoir e diversos outros autores, buscamos incluir na lista o que de mais precioso entre os livros de filosofia já foi publicado.
Veja, a seguir, mais detalhes sobre cada uma das obras selecionadas.
1. O livro da filosofia, vários autores
No topo da nossa listam decidimos apresentar um livro perfeito para os iniciantes nos estudos desse maravilhoso campo do conhecimento que é a filosofia.
“O livro da filosofia” apresenta um compilado do trabalho dos principais filósofos ao longo das eras, tudo de forma digestível sem perder a profundidade que o tema possui.
Partindo da antiguidade e chegando à filosofia moderna, com a ajuda desta obra você poderá traçar uma linha do tempo do saber humano a partir dos principais tratados dos maiores filósofos que já existiram.
Graças à presença de variadas ideias, por muitas vezes conflitantes, o livro nunca se torna homogêneo e expõe de forma imparcial diferentes pensamentos.
Com uma linguagem simples, é perfeito para entender o que de mais influente foi produzido pela humanidade ao longo dos séculos, sem a escrita complexa de obras clássicas e sempre com uma visão contemporânea.
2. História da filosofia ocidental, de Bertrand Russell
Dividida em três volumes, esta obra, semelhante à anterior, é um compilado dos principais pensamentos filosóficos, desde os gregos pré-socráticos até os tempos modernos.
Lançado originalmente em 1945, este é um ótimo livro para quem quer se aprofundar no que de mais importante foi produzido pelos pensadores ao longo do tempo.
Contendo materiais diversos sobre política, economia, antropologia, que são apresentados pela visão de um dos mais importantes filósofos do século XIX e XX, Bertrand Russell, esta obra é ideal tanto para acadêmicos quanto para leigos que buscam os fundamentos da filosofia.
Este livro é mais complexo que o primeiro livro da nossa lista, não sendo tão divertido, porém o autor trata o assunto de forma acessível, o que facilita a leitura.
3. A República, de Platão
Um dos principais trabalhos de Platão, um dos fundadores da filosofia ocidental, “A república” busca a definição do que é a Justiça e por isso é destaque em nossa lista.
Escrito em forma de diálogos narrados pelo autor, o livro trata do tema de diversos pontos de vista, como o político, metafísico, psicológico, dentre outros. A famosa “Alegoria da caverna”, até hoje uma das mais importantes para a filosofia, está presente em suas páginas.
Paralelos entre a essência humana e as cidades-estado, e o governo de suas ações, permeiam o livro e a discussão sobre justiça, injustiça, democracia e tirania.
“A república” não é uma leitura curta ou simples, mas é essencial para aqueles que almejam entender a filosofia desde suas raízes e o que formou o pensamento moderno.
4. Ética a Nicômaco, de Aristóteles
Aristóteles foi discípulo de Platão e, assim como seu mestre, marcou a filosofia ocidental para sempre.
Este livro é o principal tratado aristotélico sobre ética. Aqui ele expõe sua visão teleológica, onde toda racionalidade prática é orientada para uma finalidade, e define o papel da ética como o de determinar a finalidade suprema.
Apesar da grande diferença nas definições de termos como bem e mal, atualmente influenciados pela religião, este livro é indispensável não só para os aficionados por filosofia, mas também por diversas áreas do conhecimento como o direito, a psicologia e a religião.
O livro traz em seu título o nome do filho de Aristóteles. Este também era seu aluno e, acredita-se, o livro é resultado das anotações do discípulo, posteriormente publicadas pelos demais aprendizes do filósofo.
5. Assim falou Zaratustra, de Friedrich Nietzsche
Umas das obras mais complexas de um dos mais ambiciosos filósofos modernos, “Assim falou Zaratustra” resume muito bem o pensamento de Nietzsche.
Apresentado em forma de prosa e também poesia, encontramos aqui a ideia do “super homem” do autor, onde o ser humano é uma forma entre o macaco e este estado de existência superior.
Com fortes sátiras ao cristianismo, incluindo a famosa frase “Deus está morto”, esta obra é de leitura desafiadora, mas que abre as portas para o pensamento filosófico moderno e expande os horizontes do pensamento além dos clássicos gregos.
6. Crítica da razão pura, de Immanuel Kant
Apresentando uma crítica à própria filosofia e o que define o ato de pensar, “Crítica da razão pura” é um marco na obra de Immanuel Kant.
Aqui o autor busca questionar o que se sabe e definir as bases do conhecimento. Para isso ele o divide entre o empírico, atrelado aos sentidos, e o puro, que independe da experiência, mas sim é universal.
Este livro, de 1781, dá início ao idealismo alemão e, juntamente com seus sucessores “Crítica da razão prática” de 1788 e “Crítica do juízo” de 1790, são marcos na filosofia moderna.
7. O mundo como vontade e representação, de Arthur Schopenhauer
Schopenhauer é um dos mais influentes pensadores do século XIX e este livro é a sua principal publicação.
Neste rico material, o filósofo alemão trata de questões como a teoria do conhecimento, da natureza, passando pela metafísica, o belo e a ética.
Tendo de Platão a Immanuel Kant como referências ao longo do texto, “O mundo como vontade e representação” é ideal para se fazer uma ponte entre o clássico e o moderno quando se trata de filosofia.
8. O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, excelente escolha dentre os livros de filosofia
Neste, que é um destaque entre os maiores livros de filosofia, escrito como um romance, acompanhamos a história de Sofia Amundsen, uma jovem garota que vive com sua mãe e cujo pai, que trabalha em um navio petroleiro, ela quase não vê.
A vida de Sofia é transformada quando ela passa a receber correspondências misteriosas com questionamentos profundos sobre o mundo e ela própria.
Não demora muito para a garota começar a ter aulas com Alberto Knox, que descobrimos ser o correspondente. O professor lhe ensina sobre a história da filosofia, de Platão a Sartre, dando ao livro um poderoso caráter educativo. Knox guia a garota por uma jornada de autoconhecimento e questionamento, onde ela precisa encarar questões filosóficas e métodos de raciocínio.
Ainda assim, ele não perde a estrutura de romance. Sofia começa a receber cartas de um outro alguém, identificado como Albert Knag, que logo assume o papel de antagonista na narrativa.
Todas essas características fizeram de “O mundo de Sofia” obra cativa nas bibliotecas de todo o mundo e é o primeiro contato que muitos jovens têm com a filosofia.
9. Por que fazemos o que fazemos, de Mario Sergio Cortella
Um dos mais aclamados filósofos brasileiros, Mario Sergio Cortella traz nesse livro reflexões profundas sobre o trabalho, a vida profissional e a sensação de realização.
Discussões acerca da rotina na vida moderna e as fontes de motivação para o homem estão presentes na obra, que busca responder questões essenciais para a condição humana como o propósito da vida.
Uma importante obra nacional que trata de questões mais próximas do nosso cotidiano que qualquer clássico.
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10. O segundo sexo, de Simone de Beauvoir, excelente escolha entre os maiores livros de filosofia
Uma das mais importantes autoras para a teoria feminista, Simone de Beauvoir parte da constatação da segregação da mulher como coadjuvante na história para escrever essa influente obra, lançada em 1949.
Aqui, a filósofa busca entender como a mulher foi colocada nesta posição pelas diversas sociedades, bem como refletir sobre sua importância e papel ao longo das épocas e sua condição sexual, psicológica e política.
Com rico material que aborda diversos pensadores famosos e matérias como biologia, sociologia e psicanálise, “O segundo sexo” é fundamental para entender muitos processos sociais comtemporâneos.
11. Vigiar e punir, de Michel Foucault
Neste livro, o francês Michel Foucault escreve um profundo estudo a respeito dos sistemas penais ocidentais e suas mudanças ao longo do tempo.
“Vigiar e punir” apresenta análise sobre o encarceramento e seus efeitos no indivíduo, que é segregado e, por vezes, empurrado para as próprias instituições criminalizadoras das quais deveria ser protegido.
Foucault reflete sobre a responsabilidade do poder público e seus métodos de punição. Ele expõe como estes servem a um propósito de dominância e manipulação, principalmente atrelado à classe burguesa e às demais detentoras do poder político e econômico.
Lançado em 1975 e ainda muito atual, este livro constitui leitura importantíssima para aqueles envolvidos e interessados no direito e política.
12. O ser e o nada, de Jean-Paul Sartre
Importante figura para a escola do existencialismo, Jean-Paul Sartre, em “O ser e o nada”, rompe com tradições filosóficas históricas ao tentar explicar o abstrato de forma concreta.
Fortemente inspirado em Kierkegaard e Heidegger, Sartre vê o ser humano como existência antes de essência. Ou seja, diferentemente de todas as outras coisas, existimos e, então, buscamos nos definir.
Ainda tão controverso e espantoso como foi na época de seu lançamento, em 1943, este livro é a porta de entrada para aqueles que buscam entender a filosofia sartriana.
13. Sobre a liberdade, de John Stuart Mill
Este livro é uma ode ao individualismo por John Stuart Mill. Aqui o autor tece duras críticas à sociedade e ao que chama de “tirania da maioria”.
Para ele, a sociedade é uma força que não escolhemos e que constantemente nos impõe controle através da etiqueta e moralidade. Mill defende que os indivíduos devem ser livres para fazer o que bem entenderem, sem que causem prejuízos aos semelhantes.
Importante filósofo do século XIX, suas obras constituem forte inspiração para teorias políticas e econômicas ao redor do mundo e são influentes até hoje.
14. Discurso do método, de René Descartes
Em um dos livros mais importantes para o conhecimento e a ciência moderna e contemporânea, René Descartes rompeu com a tradição de publicar apenas em latim, lançando seu livro em francês. Para ele, a filosofia e o conhecimento deveriam ser compartilhados
“Discurso do método”, um dos títulos da obra e o mais comumente usado, desenvolve a ideia da razão em todo campo de sabedoria humana. Desta forma, o mundo perde muito do seu caráter qualitativo e passa a ser fundamentalmente quantitativo.
Para Descartes, aplicando a visão matemática ao conhecimento, é possível encontrar as verdades através de um método lógico. Esta linha de pensamento é a que dá origem ao método científico, que até hoje é um dos pilares do modo como produzimos ciência.
Um marco na filosofia, este livro constitui leitura obrigatória para acadêmicos e todos os aficionados por conhecimento.
15. O príncipe, de Nicolau Maquiavel
Nicolau Maquiavel foi um importante historiador e pensador renascentista. Em “O príncipe”, ele defende a ideia de uma Itália unificada e soberana, sob o governo de um monarca forte e de pulso firme.
O tratado é um estudo histórico sobre principados, e também uma espécie de guia sobre como chegar ao poder destes e mantê-lo.
Muitas vezes controverso, a leitura desta obra exige a concepção do pensamento da época, o século XVI.
Por vezes, Maquiavel parece ser defensor do famigerado “os fins justificam os meios”, frase emblemática atribuída a ele. Esta não está presente no livro, mas é uma das mais comuns formas de interpretação do aqui escrito.
Apesar dos interesses pessoais e políticos do autor serem parte da motivação por trás deste livro, ele ainda constitui leitura de destaque, e sua influência na forma como entendemos o Estado e poder é atemporal.
16. A paisagem moral, de Sam Harris, outra boa escolha dessa lista de livros filosóficos
Sam Harris é um dos mais importantes representantes do chamado Novo Ateísmo, defendido por figuras famosas e controversas como Richard Dawkins e Daniel Dennett.
Em “A paisagem moral”, ele defende o abandono da religião no que diz respeito aos valores morais. A ideia de Harris é mostrar como a ciência, em especial a neurociência, consegue nos revelar sobre o que é a moral.
Dessa forma, espera o autor, a irrelevância da religião em campos que antes era considerada essencial é questionada. Para ele, a compreensão do pensamento por meio da ciência formará a chamada “paisagem moral” que define a existência humana.
17. Sociedade do cansaço, de Byung-chul Han
Neste ousado livro, o alemão Byung-chul Han questiona o mercado de livros e palestras motivacionais e como a busca exagerada por resultados está adoecendo a sociedade no século XXI.
Han expõe de forma corajosa como a pressão por uma produtividade exagerada e o pensamento positivista de que podemos alcançá-la nos torna carrascos de nós mesmos.
“Sociedade do cansaço” é duro e realista, essencial para gestores, psicólogos e educadores no mundo contemporâneo.
18. Memórias do subsolo, de Fiodor Dostoiévski
Com este livro, o filósofo Fiodor Dostoiévski busca alcançar o leitor através do protagonista e, assim, fazê-los refletir sobre sua condição humana e a sociedade.
Considerada uma das precursoras do existencialismo, a obra se inicia com um monólogo do personagem principal que, segundo o próprio autor, tem como objetivo a auto percepção do receptor, uma vez que este discurso será moldado por este.
Na medida em que o tempo passa, o próprio personagem principal, que recebe a alcunha de homem do subsolo, percebe o quanto seus pensamentos são incoerentes e, em certa medida, hipócritas.
“Memórias do subsolo” é um influente obra no mundo da filosofia, e a jornada de autoconhecimento do protagonista serviu de base para personagens como dentro e fora dele.
19. A sociedade do espetáculo, de Guy Debord
Ao tecer comentários sobre nossa forma de consumo, o capitalismo radical, e o papel da mídia, Guy Debord nos entrega um dos livros mais importantes da filosofia contemporânea.
Lançado em 1967, “A sociedade do espetáculo” é impactante e poderoso. Como artista, revolucionário e marxista que era, o autor não mede esforços ao criticar nossa sociedade moderna.
Além disso, o autor concluiu seus estudos sobre o tema com dois trabalhos posteriores, em 1979 e em 1988, em que comenta seus próprios apontamentos. Vale a pena conferir o trabalho de Debord!
20. O mito de Sísifo, de Albert Camus
Ao traçar um paralelo sobre a condição humana e o mito de Sísifo, personagem da mitologia grega que foi condenado pelos deuses a empurrar uma pedra morro acima, apenas para esta rolar para baixo de novo, Albert Camus questiona o sentido da existência.
Sísifo possui esse trabalho que não leva a lugar nenhum, afinal, sempre que chega ao topo da montanha, a pedra rola novamente para baixo.
Ao colocar isso no papel, Camus faz uma análise profunda de como era a sociedade no tempo da publicação dessa história, em 1942, em meio a Segunda Guerra Mundial.
Nesse debate filosófico existencial, para ele, o homem busca incessantemente sua essência em um mundo desconexo, cheio de entidades que o oprimem, como ideologias políticas e religiões.
Ao não encontrar resposta, o ser humano se sente perdido e passa a cogitar possibilidades extremas e trágicas como o suicídio. Neste ponto, para o autor, diante da opressão e do absurdo, a revolta do indivíduo é a única opção válida.
Sem dúvida, um grande destaque que pode ser uma leitura surpreendente de reflexão sobre a vida humana e outros mistérios da existência.