Os 11 Melhores Livros de Charles Bukowski

Os melhores livros de Charles Bukowski apresentam uma obra extensa e obscura, com temas recorrentes sobre alcoolismo, vícios, entre outros que até então poucos autores tinham ousado retratar. O trabalho do autor continua sendo alvo de intensa polémica, de modo que sua leitura engendra os mais diversos tipos de questionamento.

Conhecido, também, pelos apelidos de Buk e “velho safado”, os melhores livros de Charles Bukowski são, na realidade, o fruto do trabalho de um gênio que experimentou uma vida difícil.

Para conhecer os melhores livros de Charles Bukowski, é conveniente saber que o escritor nasceu na Alemanha, sendo filho de uma alemã (Katharina Fett) e de um soldado estado-unidense (Heinrich Bukowski). Ainda criança, com três anos de idade, o teuto-americano muda-se para os Estados Unidos – junto a seu pai abusivo e a mãe – vindo a residir em Los Angeles a partir de 1923.

A infância de Charles Bukowski foi intensamente marcada por esse relacionamento conturbado com a figura paterna e o excesso de espinhas que lhe deixaram marcas no rosto e, sobretudo, feridas emocionais.

A relação difícil e o início do seu processo de escrita o fizeram entrar no alcoolismo e sair da residência dos pais ainda muito cedo. Ao longo de sua vida, as experiências com a bebida vão prejudicar seu desempenho no trabalho e o decepcionar enquanto poeta.

Para sobreviver, Charles Bukowski passou por vários subempregos, incluindo um trabalho na agência de correios norte-americana.

Mas, a partir do momento em que o autor decidiu externar os seus sentimentos e experiência por meio de contos e poesias, mediante um alter ego denominado Henry Chinaski, é que ele começa a ver algum sucesso.

Os temas mais comuns em suas obras são a realidade do submundo, do alcoolismo e as mulheres – uma espécie de meio-termo entre o Gonzo e os beatniks. Com efeito, o realismo duro e impactantes de suas obras agradou a público e crítica, conquistando, com seu nome, o mundo da literatura.

Assim, em meados dos anos de 1960, Charles Bukowski recebeu um convite da Black Sparrow Press – editora de John Martin – e, paulatinamente, caiu nas graças dos leitores estadunidenses (primeiro, com as suas poesias e, posteriormente, com os seus contos).

Pensando nisso, apresentamos, ao longo deste artigo, alguns dos melhores livros de Charles Bukowski e, ainda, as desventuras protagonizadas pela personalidade transgressora do alter ego Henry Chinaski. Boa leitura!

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Mais sobre as obras e os melhores livros de Charles Bukowski

E aí, curtiu a nossa seleção? Então, não perca a oportunidade de conhecer mais sobre os melhores livros de Charles Bukowski. Certamente, você não se arrependerá de ler esses livros!

1. Notas de um velho safado

A obra “Notas de um velho safado” é um dos livros “obrigatórios” para conhecer a obra de Charles Bukowski. Nesta obra, os Estados Unidos (mais precisamente, Los Angeles) tem um rosto de 50 anos e um corpo de 18 anos, desfilando de salto alto e calcinha rosa claro nas madrugadas corrosivas de Los Angeles.

O país retratado nas histórias de “Notas de um velho safado” é uma lésbica furiosa portando uma garrafa de metal no lugar que seria o da mão esquerda. Ela não quer fazer sexo com o velho safado.

Charles Bukowski retrata seu país adotivo como uma espécie de “deusa milionária”. Ele se casa com ela e, depois, há um divórcio amargo. Como resultado, as páginas apresentam outra imagem utilizada, a de uma prostituta com 1,50 m, 150 kg e que uiva, peida e destrói a cama ao ter um orgasmo.

Então, neste, que é um dos melhores livros do autor, os Estados Unidos são apresentados, ainda, como revolucionários e estudantes que proferem discursos inflamados em parques ensolarados na década de 1960.

Neal Cassady dirigindo loucamente pelas ruas das metrópoles, pouco antes de morrer vitimado por uma overdose, caindo sobre os trilhos em uma ferrovia do México. Ou, ainda, a América é Bukowski e Jack Kerouac escrevendo poesias na “Veneza californiana”.

Um dos livros mais impactantes de todos os tempos articula um conjunto de narrativas excepcionais diretamente extraídas de uma vida horrível, depravada e violenta.

2. Misto quente

Para o protagonista de “Misto quente”, Henry Chinaski, as coisas não podiam ser piores: além de ser contemporâneo da Grande Depressão de 1929 e muito pobre, sofre por ter muitas espinhas, ser de origem alemã e vir de uma família complicada.

Com efeito, Henry Chinaski, tem um pai psicopata e autoritário, bem como uma mãe passiva e profundamente ignorante, o que o faz sofrer bastante ao longo de toda a narrativa de “Misto quente”.

Como se não bastasse, a exemplo do que ocorre em outros livros do autor, em “Misto quente” o personagem não tem namorada e, no futuro, vislumbra apenas a possibilidade de servir como mão de obra descartável e barata, precisamente, em um mundo que não é favorável aos indivíduos problemáticos e sensíveis.

Primeiramente, “Misto quente” é um genuíno romance autobiográfico. A obra foi originalmente publicada em 1982. É um dos raros livros que cativa os leitores do início ao fim.

Embora a aparente simplicidade de “Misto quente”, aliada à sinceridade do alter ego de Buk não sejam elementos comuns a muitos livros do gênero, é necessário destacar o anseio por dignidade, a busca pela liberdade e verdade presentes na obra.

Estes aspectos são trabalhados de tal modo que fazem de “Misto quente” um dos melhores livros do século XX.

3. Cartas na rua

Há poucos livros que trazem uma prosa tão consistente quanto a de “Cartas na rua”. Posto que o escritor faz dessa obra uma verdadeira referência para a literatura, tanto o argumento quanto as influências legadas às gerações que o precederam são enormes.

Com toda a certeza, isso se deve ao estilo único do escritor. Um escritor iniciante, ao ler este livro, obterá inspiração, pois dificilmente sairá ileso dessa narrativa.

Analogamente, este é o primeiro romance publicado pelo escritor, dotado de raro vigor narrativo em sua linguagem. A preferência do escritor por um estilo seco e histriônico apoia-se, em grande medida, nas mentiras plausíveis contadas por um homem excessivamente sincero.

Antes de tudo, cumpre ressaltar que a história é fundamentada nas próprias vivências do escritor e, como sempre, as desventuras são narradas pelo seu alter ego. O romance criado pelo genial escritor Bukowski gira em torno de um quarentão bêbado e beberrão.

4. Mulheres

Henry Chinaski aparece em outra das obras de Bukowski, desta vez, em “Mulheres”. Admirador de música clássica, alcoólatra, escritor e há 4 anos não leva nenhuma mulher para a cama.

Assim é resumida a vida do famoso alter ego do autor. Depois que os aspectos essenciais de sua vida são estabelecidos no livro, entendemos que não se trata de uma trama convencional, na qual o personagem segue em busca do verdadeiro amor.

Logo depois desse tempo de jejum sexual, Chinaski não deseja mulher alguma em sua vida. Mas, conhece Valerie, Sara, Cassie, Hilda, Mindy, Dee Dee, Lilly, April, dentre outras.

Com o intuito de obter algum prazer além do dinheiro (intensificado pelo tempo passado em jejum sexual), ele entra na vida das mulheres, as faz sofrer, as enlouquece, rompe corações, bagunça as suas almas e, no final das contas, elas ainda o veem como um bom sujeito.

Originalmente publicado no ano de 1978, este é o terceiro romance do autor, trazendo a essência de suas narrativas – com a vida do velho Henry Chinaski, ele sintetiza o espírito de todas as pessoas que se sentem, de alguma forma, marginalizadas.

Ao escrever em prosa, Bukowski produz uma linda poesia, tomando as asperezas da vida como matéria-prima para entregar aos leitores uma ficção na qual a vida, de muitas maneiras, é significativamente melhorada por meio da linguagem.

5. O amor é um cão dos diabos, destaque entre os melhores livros de Bukowski

Cada um dos poemas de Bukowski (assim como sua prosa) é cortante como o aço de navalha, deixando marcas profundas na vida dos leitores. O autor expõe a realidade, revolvendo as vísceras do cotidiano.

Neste livro, de onde menos se espera, sai um poema, brotando versos repletos da mais pura genialidade. O livro “O amor é um cão dos diabos” traz elementos inusitados, como um saxofone que geme, sem parar, na noite fria. Nas ruas molhadas, o livro retrata como o neon reflete um brilho feérico.

Desse modo, até mesmo fantasmas povoam a madrugada, buscando sorver, pelo menos, um gole das bebidas mais fortes que, segundo o livro, puderem encontrar. Antes de mais nada, o livro ambienta cenários com muito tabaco, odores acres de álcool misturados com suor, a luz amarelada das lâmpadas e os bares fechando.

Visto que em quase nenhum livro é possível encontrar, como em “O amor é um cão dos diabos”, versos arrancados de quartos encardidos de hotéis baratos, o livro aborda, ainda, madrugadas longas e solitárias, bocas excessivamente vermelhas e mulheres de todos os aspectos.

Dito de outra forma, o livro apresenta o chamado “bepop dos marginalizados”, dos filósofos de sarjeta, dos perdedores e dos pensadores encharcados com uísque vagabundo – algo presente em quase todas as partes do livro.

6. Hollywood

Essa novela foi escrita quando Bukowski já estava mais velho, acomodado em seu mundo e residindo com seus gatos e Linda em Los Angeles. Além do envolvimento com as mulheres, “Hollywood” foca a experiência de um roteirista na gravação de um filme com Mickey Rourke.

Basicamente, a narrativa destas páginas é sobre os bastidores do longa-metragem “Barfly”, que se inspira nas façanhas do próprio autor – abordando, por exemplo, sua luta por dinheiro e reconhecimento –, sendo dirigido por Barbet Schroeder e com as brilhantes atuações de Mickey Rourke e Faye Dunaway.

É possível identificar, com pouco esforço (tanto no livro quanto no filme de “Hollywood”), todos os homens e mulheres presentes no mundo real, que são destroçados mediante a escrita niilista e ácida do genial Bukowski.

7. Pulp, um dos melhores livros de Charles Bukowski

Os acontecimentos do cotidiano do detetive particular Nick Belane são narrados em “Pulp”. Trata-se de um indivíduo durão, embora profundamente azarado. Seu mundo é determinado, em grande parte, pelo fato de dividir o escritório com as baratas e as moscas e por sempre atrasar o aluguel.

Sempre atraído pelas mulheres, Belane é surpreendido, em um dia terrivelmente quente, por uma das mulheres mais sensuais que já vira, de longas pernas, que vai ao seu encontro no escritório.

O nome desta mulher é “Dona Morte” e oferece um trabalho ao detetive. Ele deve encontrar um escritor francês, chamado Celine, que morreu há trinta e dois anos. Nos contos trazidos por Bukowski, a cliente insiste que avistou o falecido em uma livraria da cidade.

Na lista dos casos solucionados pelo detetive, este é, sem dúvidas, o mais estranho. Durante as buscas por Celine, Nick investiga, também, outros casos que nunca figuraram em sua lista de trabalhos.

O mais curioso é que todos envolvem aspectos comuns em sua lista de atendimentos, como vigaristas de todos os tipos, brigas de bar, assassinatos e perseguições – exceção feita a uma conspiração alienígena, um tema nada comum à sua lista de trabalhos.

8. Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido

De modo honesto, brutal e cru, os poetas desnudam seus pensamentos mais sublimes, os seus ideais e as suas tristezas. Mas, na lista de escritores consagrados, poucos se mostraram ao público como Bukowski.

A sua lista de qualidades não inclui apenas adjetivos como jogador, bêbado e safado: ele também escrevia, sem medo, acerca das pessoas comuns, dotadas de uma ampla lista de defeitos.

Ainda assim, são estes elementos que os leitores encontram nesse volume de poemas, originalmente publicado em 1986. Isto é, o público não se depara, ao ler “Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido”, com os lugares-comuns típicos dos romances.

Os poemas retratam sua infância problemática, seus romances com diferentes mulheres e sua relação com o jogo e a bebida. Além disso, os poemas trazem sua identificação profunda com os felinos, angústias existenciais, devaneios de um artista marginal.

De modo geral, trata-se de um mergulho nos abismos de sordidez e fracasso inerentes aos seres humanos. Esses poemas podem fazer chorar, rir, dar esperança e, ao mesmo tempo, elevar o menosprezo pela humanidade.

Seja qual for a sua idade ou posição na vida, os poemas e romances de Bukowski ecoarão fortemente em você.

9. Factótum

Na história de “Factótum”, Chinaski, na época da Segunda Guerra Mundial, é tido como “inapto para prestar o serviço militar”, de modo que não consegue entrar no exército – tão vangloriado pelo jornalismo naquele período.

Dessa forma, enquanto seu país se une – em um dos momentos decisivos da história – para enfrentar os horrores da guerra, os alistados são tratados como heróis. Por sua vez, Chinaski – aproximando-se da meia idade – permanece desempregado.

Desprovido de perspectivas, as páginas mostram como ele decide cruzar o país, arranjando trampos e bicos, fazendo um pouco de tudo, trabalhando, de qualquer forma, para todas as pessoas que o admitem.

Assim também, o protagonista tenta sobreviver com empregos que não atrapalhem aquilo que ele gosta mais do que o sexo – escrever. Bukowski narra a história de como, em meio às tentativas de publicar seus livros, perambulações pelas ruas fétidas dos subúrbios e a tragos, o iniciante autor padece pelo tratamento recebido das pessoas.

10. O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio

O poeta Bukowski não presenciou a publicação de “O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio”, em 1998, pois ela ocorreu 4 anos após a sua morte.

Portanto, a crítica o considera como o último canto do romancista. Inesperadamente, ela contém vários trechos do diário de Bukowski – abrangendo o período de 1991 a 1993 – selecionados pelo próprio Bukowski poucos dias antes de seu falecimento.

A propósito, este é um dos livros que não podem faltar em sua estante. Nele, Bukowski comenta certos episódios frugais, tais como seu hábito de realizar apostas em corridas de cavalos, encontros sexuais e reflexões sobre a miséria humana, a natureza e a existência.

11. Escrever para não enlouquecer

Se você tem alguns títulos de Stephen King em sua estante, certamente não pode deixar de adquirir, também, “Escrever para não enlouquecer”. Aqui, Bukowski reúne cartas ilustradas e redigidas por ele entre os anos de 1945 e 1943.

Certamente, além dos livros que abordam o amor, “Escrever para não enlouquecer” não poderia deixar de constar em nosso blog, pois Bukowski não revela somente suas opiniões e ideias sobre a literatura, como também oferece ao público a oportunidade de conhecer melhor os bastidores da vida de Buk.

Mais uma obra que, sem dúvida, você não pode deixar de ler.

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