É impressionante a quantidade de opções de comida que encontramos hoje nos aplicativos delivery, nas prateleiras de supermercado, nos canais gourmet disputando nossa atenção a toda hora. Os gatilhos que despertam nossa fome ou gula parecem estar de perseguição.
Com tanta variedade e oferta, a sociedade contemporânea vem enfrentando altíssimas taxas de problemas de saúde relacionados à (má) alimentação. Obesidade, câncer, hipertensão, diabetes, colesterol elevado.
Quando não se come demais, se come errado. A nutrição trata da educação alimentar, do conhecimento do que é necessário ao nosso corpo para evitar males como fadiga, perda de peso e outras deficiências ainda mais graves.
Lembra quando a mamãe falava das marquinhas brancas nas unhas? Das sopinhas de legumes? É isso: quem não seguiu as dicas, ainda tem tempo – e muito material disponível.
Vamos devorar os livros? Nutrição: conceitos e controvérsias
A lista de melhores livros de nutrição incluem guias de alimentação para melhorar a forma como você se conecta com os alimentos. Além disso, procuramos selecionar livros que são reconhecidos por conseguir orientar as pessoas com o aval de profissionais capacitados.
Aproveite a leitura deste texto e já escolha quais livros vai querer aproveitar para iniciar suas leituras sobre nutrição.
1. Tabela de composição de alimentos, de Sonia Tucunduva Philippi
Começando por um guia bem completo e didático entre os livros de nutrição, a autora, que é pesquisadora e docente na USP, traz mais de 2500 itens valorados por energia e nutrientes por 100 gramas de alimento.
Também figuram nas tabelas valores de alimentos in natura e industrializados, com pratos regionais. Tudo bem organizado e ilustrado para o leitor estudante começar a praticar seus cálculos nutricionais e entender esta fantástica ciência.
Esse livro entra nessa lista por ser muito completo e funcionar como um guia de nutrição, especialmente para quem é estudante da área ou já atua.
2. Nutrição: conceitos e controvérsias, de Frances Sizer
O livro fala de alimentação saudável e bem-estar, tratando respeitosamente os ciclos alimentares dentro das “fases” que passamos. Esse foco nas diferentes fase da vida se explica porque não temos as mesmas necessidades nutricionais em todas as idades.
Portanto, é importante discutir a alimentação do ponto de vista geracional e isso é feito com maestria neste livro.
Explica principalmente a dinâmica dos nutrientes, atividade física, tecnologia dos alimentos e uma seleção que se integra aos capítulos, chamadas para sites confiáveis: “nutrição na internet”. Interativo e informativo, uma bela obra para sua estante.
3. Nutrição comportamental, de Marle Alvarenga, Cynthia Antonaccio, Fernanda Timerman, Manoela Figueiredo
Como o nome anuncia, o livro traz nos temas o viés da psicologia para tratar nossos hábitos alimentares. A importância de cada vez mais trabalhar o pensar como parte do sistema alimentar, para uma dieta completa e saudável. Os autores e nutricionistas se preocuparam em ir além das tabelinhas e exames de nutrição, cortando o mal (e doenças) pela raiz.
O termo difundido para a cultura da nutrição comportamental é Mindful Eating, com muitos adeptos e autores praticantes desta disciplina que aborda corpo e mente.
Combater distúrbios como ansiedade e gula, reconhecer todo o ambiente envolvido nos processos alimentares, aprimorar a degustação e preservar o sistema digestivo – muitas são as premissas que a obra faz abordagem.
4. Ayurveda: o que você deve saber sobre a medicina Ayurvédica, de Editora Saúde
A partir da nutrição comportamental, é imprescindível citar pelo menos um livro de medicina nutricional oriental. A medicina Ayurvédica vem da Índia e existe há mais de 3 mil anos!
Focada numa dinâmica tríplice, composta por corpo, mente e espírito, cuida da sua fisiologia não só pelo comer, mas pelo agir, pensar, desejar. Seu “mapa alimentar” pode ser verificado a partir de um estudo de perfil, direcionado a um dos arquétipos: espaço e ar, fogo e água, água e terra. Identificando seu perfil, a terapia começa.
A meta da Ayurveda é a saúde geral do ser, agregando estudos extras como massagem, óleos essenciais, meditação, etc. É um livro de estudo holístico, que inicia no poder da alimentação natural, mas a transcende, culminando na sua relação com a própria vida!
Para agregar o interesse à parte espiritual, dê uma passada no post dos melhores livros de auto-ajuda.
5. Lugar de médico é na cozinha, de Dr. Alberto Peribanez Gonzalez
O autor aborda neste livro a alimentação viva, área que vem ganhando adeptos entre muitos nutricionistas da atualidade.
Também chamado crudismo, a ideia é não cozinhar os alimentos para não corromper os valores nutritivos. Uma nova orientação de cozinha e consciência, menos focada no estômago, mas eficiente, por exemplo, para o emagrecimento.
6. Plantas alimentícias não convencionais PANC no Brasil, de Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi
Mais um dos temas exóticos dentro da alimentação natural, este busca a nutrição procurando a fonte natural, que é a mata nativa, as plantas, alimentos fora do catálogo, das feiras e supermercados.
Tem muita planta comestível disponível no parque, na floresta, até no seu pátio, você sabia? Pois basta dar uma pesquisada – com muito cuidado, claro! – e um universo de comer se revelará para você, com surpresas como a alocação de carboidratos em plantas diferenciadas.
Os autores e experts no assunto trazem resultados de dez anos de pesquisa, numa obra completa e rica em imagens, informações e detalhes. Uma contribuição de peso para a biologia também.
Vitaminas, carboidratos, proteínas, aminoácidos. No “matinho” próximo, é possível encontrar boa parte do que o corpo humano pede para sua nutrição. Além de que ajuda a sua saúde econômica. Um livro tão bacana e surpreendente que só faltou ser comestível.
7. Você é o que come! O poder da alimentação natural, de Gillian Mckeith
Para quem deseja fazer a transição para uma dieta mais natural, uma bela leitura, recheada de imagens, histórias e argumentos pró bem-estar.
É fundamental observar os hábitos, não tem jeito. O livro aborda a importância do pensamento saudável como impulsionador da dieta saudável, a importância de se submeter ao ciclo inteiro. O resultado é o melhor de você.
Para ler e se aprofundar na questão dos hábitos, também vale conferir as dicas de livros de psicologia, num outro post do blog.
8. Nutrição moderna na saúde e na doença, de Maurice Edward Shills
Estudo bastante aprofundado para nutricionistas e profissionais de alimentos, saúde, medicina e afins. Traz muito conteúdo, indo das patologias e doenças à biologia molecular, da fisiologia ao cérebro, da nutrição ao hábito.
Explica o funcionamento de processos, síndromes, metabolismo, sistemas e mecanismos dentro do corpo, e questões de saúde fora dele, como discussões de caráter público e do âmbito científico-ético da alimentação, carente na maioria dos livros.
9. Nutrição esportiva: uma visão prática, de Juliana Ribeiro de Carvalho e Marcia Daskal Hirschbruch
Aqui o tema é a nutrição esportiva para alto desempenho. Bioquímica, avaliação física, suplementação, índice glicêmico – tópicos e controles voltados ao condicionamento atlético.
O praticante de esportes ou mesmo atividade física rotineira pode agregar uma rotina alimentar própria, que entre na equação e timing dos seus exercícios e possibilite ampliar os resultados do corpo. Um dos melhores livros nessa ciência específica.
10. Nutrição oral, enteral e parenteral – na prática clínica, de Dan L. Waitzberg
Um trabalho de leitura e estudo interdisciplinar direcionada a profissionais da área da saúde, apresentando casos clínicos, tecnologias e pesquisas na área.
Estima-se que 30% dos pacientes internados venham a sofrer desnutrição em até 48 horas de internação, sendo o tema, portanto, fundamental para profissionais em formação.
11. Educação alimentar nutricional: da teoria à prática, de vários autores
Voltando aos livros educativos, nesta leitura vamos encontrar maneiras divertidas de mudar os hábitos, pouco a pouco; sugestões para implementação em meios profissionais, institucionais e aconselhamentos para grupos especiais.
Um prato cheio não só para o nutricionista, mas para educadores e líderes.
12. Mente criativa: a aventura do cérebro bem nutrido, de Juarez Nunes Callegaro
Aqui se pode ler um estudo de nutrição diretamente voltado ao cérebro. Existem nutricionistas preocupados em saber exatamente como o cérebro trabalha os nutrientes, afetando nosso desempenho intelectivo, humor, disposição, temperamento.
Um estudo importantíssimo, se também levarmos em conta a gana da indústria farmacêutica em vender uma imensa variedade de compostos e substâncias estranhas que agem diretamente na cabeça da gente.
É preciso que este tipo de estudo receba cada vez mais nosso apoio, recursos e interesse.
13. Barriga de trigo, de William Davis
O autor foca principalmente na denúncia ao trigo como malefício moderno orientado ao lucro absoluto. A abordagem passa pela cadeia de produção em escala industrial e, no assunto de nutricionista, demonstra as doenças e agressões corporais que o trigo moderno vem causando, desde gorduras localizadas a diabetes e graves transtornos.
Nunca é demais saber o lado pérfido da indústria da comida, como parte da consciência alimentar que afinal é parte da consciência econômica e social do planeta. Planeta que, estatisticamente, possui mais esfomeados que satisfeitos.
Então é possível pensar no que estamos comendo e para quê. Fica a polêmica do livro que, ao criticar a “instituição” do pão, entra numa “bronca” semelhante à dos críticos da carne. Tem que ter estômago.
Gostou da nossa seleção de livros de nutrição?
A palavra “nutrir” vem do latim nutrire, “alimentar”. Tudo o que se alimenta, cresce, evolui. Plantas, bichos e organismos em geral necessitam se nutrir para se desenvolver.
A mente, que também se alimenta de informações, pensamentos, emoções e memórias, cresce com suas ideias e desejos.
Dar uma olhada nos livros indicados no post de livros de desenvolvimento pessoal também pode ajudar, com todos os bons “nutricionistas” oferecidos.
Quer dizer: é preciso escolher o que colocar para dentro da cabeça e da barriga, porque depois o “bicho” que cresce pode ficar maior que a fome.
Já diria aquela música: “se o que nos consome fosse apenas fome, cantaria o pão”.
Fica o pensamento!